As mulheres desempenham um papel imprescindível na gestão de frotas, trazendo o seu olhar feminino na gestão e percepções singulares. As atribuições de uma gestora de frota são várias. Com o devido preparo, essa profissional tem tudo para romper preconceitos e consolidar o seu espaço no setor.
Neste conteúdo, vamos responder algumas perguntas ligadas à busca do protagonismo das mulheres na gestão de frotas. Convidamos Marina Rocha Nascimento, que trabalha há 13 anos na Bayer e hoje é gestora de frotas, para contar sua experiência e apresentar dicas e conselhos. Boa leitura!
O que faz uma gestora de frotas?
Em geral, uma empresa contrata uma gestora de frota para otimizar a utilização dos recursos financeiros, gerenciar os condutores e frota, entre outros fatores importantes. De modo prático, é enxergar as necessidades dos condutores e assumir uma postura de maior proatividade, capaz de promover satisfação e produtividade.
Falando brevemente sobre a história de Marina, ela conta que começou a trabalhar desde cedo. Sua primeira experiência foi em uma multinacional, passando também por empresas de pequeno e médio porte. Ela também comenta que sempre gostou de estudar, e que procurava se especializar ainda mais na hora de concorrer às oportunidades de trabalho que apareciam.
Acompanhe os subtópicos seguintes e conheça algumas das principais atribuições da gestora de frotas!
Manutenção dos veículos
Deixar a manutenção dos veículos em dia impacta diretamente a vida útil deles. Dependendo do tamanho da frota, isso pode ser um grande desafio, o de agendar revisões periódicas e, ainda, mensurar o quão a ausência desse veículo vai impactar a operação.
A melhor forma de fazer isso é treinar e educar os seus condutores a realizarem na data indicada pelo fabricante do veículo, os períodos ideais para realização da manutenção. Felizmente, existem soluções tecnológicas que auxiliam nesse trabalho de identificar quando as manutenções foram realizadas, para melhor gerenciamento dos seus condutores.
Finanças
Gerir finanças de uma frota vai além de saber com precisão a quantidade de recursos que entra e sai da empresa. Em certos casos, é possível que haja, por exemplo, o desejo de expandir a frota ou o volume de operações, algo que requer investimento.
Tanto em frotas quanto em outras situações, a gestora precisa estar atenta ao fluxo de caixa. Isso porque, mesmo que a operação seja rentável, atenção constante aos gastos é sempre necessário e ainda, atenção aos custos invisíveis da frota.
Gerir os condutores
Uma frota eficiente e produtiva passa por condutores bem geridos e treinados. Logo, a gestora precisa se comunicar bem e transmitir seus conhecimentos aos envolvidos, que pode ser os condutores e profissionais da equipe administrativa da frota, por exemplo.
Orientar quanto às melhores práticas e ferramentas faz toda a diferença. Em relação aos motoristas, por exemplo, eles podem ser instruídos sobre como conduzir o veículo de modo a economizar e amenizar o desgaste de certas peças e sobre segurança da frota.
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Como a mulher aumenta a produtividade do setor de mobilidade?
Ser multitarefas está no DNA da mulher, na visão da Marina. Isso significa que as tarefas atribuídas a ela serão realizadas, independentemente do grau de complexidade. Além de se comprometer a concluir o que começar, a gestora de frota é propensa a ter mais empatia para com os outros, algo que é muito importante em qualquer setor.
Especializações
A gestão de frota requer estudo e, sempre que possível, é importante especializações complementares. Tudo isso deixa a mulher mais preparada para lidar com os muitos desafios ligados à mobilidade. No dia a dia da empresa, entende-se melhor o que faz a companhia gastar mais e onde ela está perdendo oportunidades, por exemplo.
Enxergar e enxugar custos implica em saber coletar, armazenar e analisar dados. Por se tratar de um grande volume de registros, ferramentas manuais e pouco integradas tendem a ser ineficientes. Tecnologia é essencial nessas ações.
Gestão guiada por dados
Em uma gestão pouco orientada por dados, os processos ineficientes e redundantes tendem a não ser sequer identificados com maior precisão. Logo, a empresa pode acabar perdendo recursos sem perceber, tornando-se menos eficiente, produtiva, lucrativa e competitiva.
Com o uso da coleta e análise de dados, é possível ter uma visão de tudo aquilo que pode impedir a frota de se desenvolver. Pequenas situações somadas atrapalham a performance do time e diminuem a qualidade na entrega aos clientes.
Portanto, aumentar a produtividade da frota passa pelo mapeamento de processos. Com isso em mente, deve-se escolher com embasamento quais indicadores serão avaliados posteriormente, para que se saiba o quão efetiva está sendo uma estratégia.
Produtividade e sustentabilidade
Finalizando o tópico, podemos ainda estabelecer um paralelo entre produtividade e sustentabilidade. Hoje em dia, as empresas precisam ter isso em mente: os veículos elétricos também podem se apresentar como uma solução nesse sentido.
Por mais que o preço de um veículo elétrico seja elevado, os custos de manutenção são menores, em comparação aos carros tradicionais.
A frota elétrica é uma tendência que está se popularizando no Brasil, e espera-se o aumento na quantidade de pontos de recarga.
Quais os principais desafios?
O desafio o qual derivam os demais empecilhos para as mulheres na gestão de frotas é o conservadorismo do setor. Não é costume vermos mulheres realizando certos trabalhos operacionais relacionados ao setor, mas o fato é que isso está mudando.
Além disso, ainda há resistência quanto ao papel feminino em cargos de liderança. Imagina-se que o homem é mais racional na hora de tomar decisões, sendo que a mulher, para obter espaço, precisa se esforçar muito. Em outras palavras, ela deve mostrar mais do que profissionalismo, mas também firmeza e inteligência emocional.
Na prática, para Marina, a mulher precisa em reuniões, estar preparada com argumentos e dados, para se destacar com suas ideias e propostas. Resiliência é outro conselho que a entrevistada cita como um pilar essencial para o desenvolvimento de sua própria carreira.
Outro desafio destacado pela gestora é a elevada concorrência, principalmente considerando a formação. Em outras palavras, a mulher, ainda que tenha uma boa formação universitária, às vezes pode se deparar com outros profissionais que estudaram fora do Brasil. Por isso, sempre buscar novos conhecimento e atualizações é imprescindível.
O que as empresas podem fazer para promover essa inclusão feminina?
Marina afirma que acredita em um bom futuro para as mulheres no mercado de gestão de frotas. A própria empresa onde a entrevistada trabalha faz um esforço em prol da equalização de oportunidades e diversidade.
A entrevistada destaca a grande desigualdade de oportunidades existentes no Brasil, sendo algo que já se inicia na educação. Ela continua pontuando que algumas pessoas precisam comprometer grande parte de sua renda, caso queiram obter uma instrução de qualidade e, com isso, ingressar e se destacar no mercado de trabalho.
Assim como a sustentabilidade, o aumento da participação das mulheres em empresas é bem-visto pelo mercado. Por exemplo, companhias de frota podem aplicar programas específicos, visando incentivar as mulheres à progredirem na carreira, inclusive em cargos de liderança com alto poder de decisão.
Quais as principais referências de mulheres na gestão de frotas?
Marina começa citando a própria CEO da empresa onde trabalha. Ela cita também Rachel Maia, que é empresária e já foi a CEO da Lacoste. Como terceira referência, a gestora de frota cita a sua mãe, e a entrevistada afirma que, por mais que sua mãe não tenha seguido a carreira corporativa, a sua entrega ajudou Marina a se inspirar e seguir em frente no seu propósito.
O que outras mulheres podem fazer para iniciar e se destacar na gestão de frotas?
Para Marina, a mulher precisa ter objetivos e metas. Isto é, saber onde quer chegar e como fazer para alcançar o que deseja. A entrevistada também cita que as metas devem ser alcançáveis e a profissional mantenha o foco ao longo de sua trajetória.
A gestora destaca também a importância de valorizar as pessoas que apoiam a mulher. Ela continua pontuando que é necessário estar próximo de quem acredita no potencial da profissional, bem como em seus projetos de vida. Enxergar demasiadamente pontos negativos e se apoiar neles, na visão da entrevistada, não é o melhor caminho.
Como liderar pessoas em um setor com forte presença de homens?
O agro, na visão da Marina, é outro setor em que as mulheres se deparam com a questão da aceitação. Na conversa, ela reforça a importância da boa argumentação, bem como a seriedade em conduzir o trabalho, tudo dentro de uma estratégia, conclui Marina.
Pela experiência própria, a entrevistada relata que não sofreu com problemas relacionados à falta de aceitação dos colaboradores do sexo masculino.
Como liderar pessoas em um setor com forte presença de homens?
A gestora deixa bem claro que as mulheres precisam se atualizar constantemente. Em outras palavras, é saber o que há de mais inovador no setor, principalmente em termos de tecnologia e processos. Marina conclui a entrevista falando da importância das mulheres se apoiarem umas às outras, visando promover um senso maior de pertencimento entre elas.
Viu como as mulheres podem ter uma carreira sólida na gestão de frotas? Nesse conteúdo, foi possível constatar que elas podem melhorar processos, aumentando a produtividade e competitividade do negócio no setor. De fato, muitos desafios ainda precisam ser contornados, mas estamos no caminho certo rumo à maior inclusão feminina na gestão de frota e área de mobilidade.